Histórico do 6º GAC
O 6º Grupo de Artilharia de Campanha faz parte não só da história da cidade de Rio Grande, mas ocupa espaço no cenário nacional e mundial. Ele está em Rio Grande desde a segunda metade do século passado, mas o prédio onde está situado o quartel tem mais de cento e quarenta anos de história. Ponto estratégico para a consecução dos objetivos de dominação lusa, a Barra do Rio Grande de São Pedro, constituía-se no acesso ideal para que aqui se instalasse um reduto militar que, efetivamente, garantisse a presença portuguesa no Sul. Em 1737, o Brigadeiro José da Silva Paes transpôs a Barra do Rio Grande de São Pedro, fundando o presídio do Rio Grande, e erguendo o Forte Jesus, Maria e José. A presença do exército nessa região começou na metade do século XVIII, com a expulsão dos espanhóis, por parte dos militares aqui presentes, reforçados por um regimento vindo do Rio de Janeiro, "Os Dragões de Rio Grande".
Após a invasão espanhola da Vila do Rio Grande, no século XVIII, a população passou a viver a sombra do medo constante de uma nova invasão pelos espanhóis. Uma linha de muralhas que eram chamadas de “trincheiras” foram erguidas, do Saco da Mangueira ao Canal do Rio Grande. Essas, aos poucos, foram sumindo na areia. Num momento posterior, durante a Revolução Farroupilha, o então Major da Guarda Nacional Emílio Luiz Mallet reconstruiu e delineou a nova, e então mais imponente, linha de “trincheiras”- muralhas com paredões de larga espessura. Essas seriam próximas de onde hoje é o Canalete. Fazendo a separação da cidade, e que futuramente seria a cidade nova e cidade velha. O próprio Patrono da Artilharia guarneceu as trincheiras de Rio Grande.
Mais tarde, em 1878, há exatos 144 anos, o então Ministro da Guerra, General Osório determinou a construção deste prédio, onde está situado o 6º GAC. Em 1881, aproveitando as pedras das trincheiras mandada construir pelo Marechal Mallet, a construção foi concluída e ocupada pelo então 53º Batalhão de Caçadores. Com a extinção do 53º Batalhão de Caçadores no ano de 1908, pelo Decreto n° 60.971, de 4 de abril, foi então criado o 9º Batalhão de Artilharia de posição, responsável pela fundação das raízes da arma de Mallet nesta cidade. Muitas outras unidades, aqui estiveram, tanto de artilharia (9º Batalhão de Artilharia de Posição, 5º Grupo de Obuses, 3º Grupo de Artilharia Pesada) quanto de infantaria (39º Batalhão de Caçadores, 1º/9º Regimento de Infantaria).
Em 1942, com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial e por ser considerado um ponto de relevância estratégica, o Decreto-Lei nº 4.714, de 18 de setembro de 1942, publicado no Diário Oficial nº 219, de 21 de setembro de 1942, criou o 7º Grupo Móvel de Artilharia de Costa (7º GMAC), sendo então nomeado seu primeiro Comandante: Major FERNANDO BRUCE. Aquela Organização Militar ficou instalada no RJ, provisoriamente até sua total organização. Devendo ocupar suas instalações em Rio Grande em 1º de Outubro daquele ano, data considerada como origem do atual 6º Grupo de Artilharia de Campanha, ou seja, há 76 anos.
No dia 14 de novembro de 1942, a Nota nº 11.532, do Ministro da Guerra, determinou o embarque do Grupo, por via férrea, em direção ao Sul. No dia 19, partiu do Rio de Janeiro e, às seis horas da manhã do dia 28, chegando a cidade do Rio Grande para a ocupação de sua sede definitiva na cidade do Rio Grande.
Era composto por duas baterias de canhões e uma seção extra, que ficaram acantonados nos armazéns 3 e 4 do Porto Velho. Em fevereiro do ano seguinte, uma bateria guarneceu os molhes da entrada da Barra e outra ocupou a Fazenda Petroni (hoje Fazenda Tamandaré), em São José do Norte, enquanto a Seção Administrativa ocupou a 4ª Seção da Barra.
Em 1946, o 7º GMAC passa a receber o nome de 7º Grupo de Artilharia de Costa Móvel (7º GACM). No ano seguinte todas as baterias se juntam em São José do Norte e formam o 7º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (7º GACosM). Lá ficaram por dois anos até que, em junho de 1949, ocuparam o prédio do 39º Batalhão de Caçadores (39º BC). As reformas começam, aproveitaram-se as paredes de 70 centímetros de espessura, novos alojamentos foram construídos e o 7º GACosM ficara pronto.
Em 1972, ao completar quase três décadas de história como 7º GACosM, o Presidente da República, por intermédio da Portaria Ministerial Reservada nº 019-DF, de 30 de junho de 1972, resolve criar, a partir do dia 1º de janeiro de 1973, o 6º Grupo de Artilharia de Campanha (6º GAC), denominação que perdura até hoje. O 6º GAC recebeu, conforme a Portaria Ministerial 574, de 02 de julho de 1990 a denominação histórica de: “Grupo Marquês de Tamandaré”, em homenagem ao patrono da Marinha do Brasil, Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré, nascido na cidade do Rio Grande, no ano de 1807.